Como mencionei em um artigo quando Spider-Man: Sem Volta Para Casa foi lançado, em Amazing Spider-Man Annual #2, o vilão Xandu tinha uma metade da poderosa Varinha de Watoomb. Ele hipnotizou dois capangas e lhes deu superforça, fazendo com que eles agredissem o Doutor Estranho e roubassem a metade da varinha de Estranho. O Homem-Aranha os viu saindo da casa de Estranho e os seguiu, pensando que eram ladrões. Quando chegou à casa de Xandu, Xandu havia combinado a varinha e agora tinha um grande poder. O Homem-Aranha derrubou a varinha de sua mão e, quando Xandu enviou o Homem-Aranha para outra dimensão, o Aranha levou a varinha com ele, permitindo que Ditko desenhasse as maravilhosas paisagens mágicas psicodélicas pelas quais ele é tão amado…
Como Xandu estava agora sem a varinha, um Doutor Estranho já acordado foi enfrentá-lo. Estranho estava ganhando a luta facilmente quando Xandu trouxe o Homem-Aranha de volta da outra dimensão bem a tempo, distraindo Estranho e conseguindo pegar a varinha novamente. Estranho foi forçado a abrir mão de seu próprio corpo e atuar como uma figura astral. Estranho então usou sua forma astral para pedir ajuda ao Homem-Aranha novamente e, quando Estranho voltou ao seu corpo, os dois heróis derrotaram Xandu juntos.
Cito essa história para mostrar que, mesmo no início da série, Steve Ditko e Stan Lee já conheciam o poder de tirar o Homem-Aranha MUITO de seu elemento, e estamos vendo isso novamente em Amazing Spider-Man #61, a estreia de “As 8 Mortes do Homem-Aranha.”
Homem-Aranha #61 é escrito por Joe Kelly, com arte de Ed McGuinness, arte-final de Mark Farrmer, coloração de Marcio Menyz e letras de Joe Caramagna (além de algumas páginas desenhadas por Niko Henrichon), e faz o mesmo que Ditko e Lee fizeram há mais de sessenta anos, ao inserir o Homem-Aranha em uma trama mágica, mas isso é MUITO maior do que isso, pois não se trata apenas de uma história mágica, mas de uma que envolve o Homem-Aranha tendo que literalmente MORRER para ter sucesso em sua missão!
Qual é a nova missão do Homem-Aranha?
Quando a edição começa, vemos o Homem-Aranha em uma típica batalha de super-heróis, embora Kelly adicione uma reviravolta muito engraçada ao mostrar que Peter Parker contratou um cara para carregar os pertences de Peter Parker enquanto o Homem-Aranha enfrenta um vilão, já que Peter acha que assim suas coisas estarão seguras, pelo menos (incluindo um álbum que ele comprou para sua nova namorada, Shay, o dinheiro para o projeto FEAST da Tia May e algumas fotos que ele está inscrevendo em uma exposição de arte). Claro, as coisas não saem como o planejado e quase todos esses itens são destruídos (e temos um momento incrível em que vemos Peter Parker como OUTRAS pessoas o veem, que é como um atrapalhado adorável).
Claro, Peter é então abordado pelo Doutor Destino, que agora é o novo Mago Supremo da Terra, e ele oferece ao Homem-Aranha a chance de ser seu campeão. O Homem-Aranha, naturalmente, diz para ele se danar, pois, bem, por que ele diria sim para trabalhar com o Doutor Destino? No entanto, quando Destino diz “Ok”, vemos que a recusa do Homem-Aranha em aceitar a oferta de Destino não impediu o ataque mágico que Destino está tentando evitar, mas, ao contrário, ele acontece DE QUALQUER MANEIRA, exceto que o Homem-Aranha agora está despreparado para detê-lo, já que não aceitou a oferta de Destino.
Infelizmente, o Homem-Aranha tem que aceitar a oferta do Doom, e é aí que as coisas ficam REALMENTE loucas!
Como o Homem-Aranha lidou com sua missão mortal?
As páginas mencionadas de Henrichon mostram que o Doutor Estranho frequentemente tem que derrotar os Filhos de Cyttorak em troca de poder utilizar a magia de Cyttorak. Cyttorak, como você sabe, é o ser que concede poder ao poderoso Colossus, e que anteriormente deu poder a uma série de seres poderosos, então ele é MUITO forte. Estranho, como o Mago Supremo, derrota rotineiramente os Filhos de Cyttorak toda vez que a dívida precisa ser paga, mas o Doom não tem interesse em fazer isso pessoalmente, então, em vez disso, ele decidiu recrutar o Homem-Aranha para fazê-lo, sabendo que ele é tão heroico e tão cheio de responsabilidade que teria que fazer isso.
Homem-Aranha concorda, e ele ganha uma armadura mágica sofisticada, além de acesso a uma série de feitiços, mas o problema é que na verdade a única maneira de derrotar os Scions é morrendo ao lutar contra eles, e não estamos falando de uma morte simples, como uma morte semelhante à da Manopla do Infinito, onde você desaparece da existência, não, essa morte é DOLOROSA, e o RETORNO também é doloroso. McGuiness faz um trabalho incrível ao capturar o quão VISCERAL toda a situação é.
Um ponto negativo, porém, é que Phil Coulson agora é a personificação da Morte, e ele é a pessoa que continua trazendo o Homem-Aranha de volta (o Homem-Aranha tem uma vara mágica especial que deve ser usada para cada herdeiro, oito herdeiros, oito varas), e, bem, independentemente de você achar que isso é uma boa ideia ou não, é um conceito tão estranho que eu acho que tira um pouco da história, pois acredito que o leitor ficará tão confuso com a presença de Coulson que isso desvia a atenção do sacrifício mágico do Homem-Aranha.
Por outro lado, como eu disse, Ditko e Lee colocaram o Homem-Aranha em coisas mágicas malucas logo de cara, então talvez seja justo que o Coulson também se envolva nessas paradas.
Além das questões relacionadas ao Coulson, achei que esta foi uma abertura ousada para uma história do Homem-Aranha que definitivamente se destaca das histórias típicas do Homem-Aranha, mas de uma maneira positiva.
Via CBR. Veja os últimos artigos sobre Quadrinhos.