Análise do Episódio 7 de NCIS: Revelando a Conexão Gibbs e Franks

NCIS: Origens Temporada 1, Episódio 7, "Um Voo Sobre" é um exemplo da questão enfrentada pelo prequel da CBS: é apenas a história do jovem Leroy Jethro Gibbs, ou ele quer ser um drama criminal que se sustenta por si só? Este episódio se sai muito bem no primeiro aspecto, mas não tão bem no segundo.

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O caso da semana em “Um Estranho no Ninho” envolve uma idosa encontrada morta ao lado da estrada. Mas as circunstâncias em torno da morte de Alice Glenn e as pessoas em sua vida recebem o mínimo de desenvolvimento apenas para criar algum tipo de mistério. O verdadeiro esforço é colocado nas cenas entre Gibbs e Franks, que, embora sejam bem-vindas, parecem quase parte de um show diferente.

NCIS: Origens Explica Como Gibbs Conheceu Mike Franks

Austin Stowell e Kyle Schmid Apresentam o Episódio 7

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A parte mais importante do NCIS: Origins Temporada 1, Episódio 7 é que ela destaca a importância de Mike Franks na vida de Gibbs. O público pode ver a transição de Franks, que inicialmente é apenas o cara que investiga as mortes da família de Gibbs, para se tornar um amigo e mentor. Assistir a essa relação passar de adversária para solidária é tocante, especialmente em dois momentos chave — um em que os dois literalmente entram em conflito após Franks confrontar Gibbs sobre seu comportamento, e outro em que Franks intencionalmente deixa Gibbs sozinho com o arquivo do caso de sua família. Há muita emoção em ambas as cenas, que é exatamente como deve ser ao recriar um relacionamento que os espectadores sabem que dura por décadas.

Mike Franks (para Gibbs): Você evoluiu bastante, novato.

Os atores Austin Stowell e Kyle Schmid assumem, portanto, a responsabilidade de conduzir este episódio. Stowell já provou que consegue levar Gibbs de zero a cem e voltar, então ele navega pelos diversos surtos de Gibbs com facilidade. Schmid o enfrenta de igual para igual em cada momento. Os momentos mais surpreendentes em “Um Estranho no Ninho” são, na verdade, as vezes em que os protagonistas precisam contar com seu humor. A subtrama envolve Gibbs cuidando de um pássaro ferido que entra em seu apartamento, e as cenas de Stowell com o pássaro são tão cativantes que o público quase não quer que elas acabem. (E, felizmente, os roteiristas dão ao pássaro um final feliz, já que o pássaro é uma metáfora para a própria recuperação de Gibbs. Em outro programa, haveria mais tristeza adicionada por conta do drama.)

Quando Franks descobre que Lala Dominguez está vindo para sua casa, ele se oferece para ajudar Gibbs a construir uma casinha para pássaros. Esses pequenos momentos domésticos são engraçados e doces, e compensam o fato de que não há muito mais para o episódio se apoiar. Sempre que o episódio não está focando em Gibbs, Franks ou em ambos, ele parece mais lento e desfocado.

NCIS: Origens Episódio 7 Esquece de Desenvolver Seu Mistério

O Caso da Semana é Muito Decepcionante

Nos últimos episódios de NCIS: Origens, ficou claro que a série enfrenta dificuldades com suas tramas semanais. Ela sabe claramente aonde quer chegar com as histórias de Gibbs e dos personagens em sua vida, mas as investigações da NIS têm sido inconsistentes — principalmente porque as histórias não são desenvolvidas o suficiente. “Um Estranho no Ninho” é o exemplo mais evidente desse dilema até agora, pois nada sobre seu caso de assassinato consegue decolar.

A maior pergunta é se a vítima, Alice Glenn, saiu do seu lar de idosos ou se foi assassinada, o que na verdade não é uma grande questão, pois se não houver um assassinato, não há nada para a NIS investigar. Apenas três personagens principais são apresentados na história e apenas um deles é mostrado como suspeito… o que significa que ele não pode realmente ser o assassino, já que quase nunca é a primeira pessoa considerada. E assim como na 1ª Temporada, Episódio 6, “Incognito”, o verdadeiro culpado faz uma confissão completa para que os roteiristas possam amarrar a trama de forma organizada. O motivo dessa pessoa para matar Alice é tão comum quanto um motivo pode ser. Isso dá a impressão de que o caso foi montado para se encaixar entre todo o material de Gibbs e Franks, em vez de ser tratado como uma ideia própria e separada.

Se NCIS: Origins quiser focar exclusivamente na vida de Gibbs, isso é absolutamente uma opção, mas se quiser ser um drama criminal na TV completo, então precisa dedicar tanto detalhe e pensamento aos seus casos quanto faz com suas histórias pessoais. Os outros programas da franquia (e seu antecessor JAG) conseguiram fazer isso com frequência. Mas no prequel, resolver o crime não pode ser apenas algo que acontece antes dos créditos finais — não se quiser que essa série dure tanto quanto algumas das que vieram antes.

NCIS: Origens Conseguirá Encontrar seu Equilíbrio Quando Retornar?

O Restante da Temporada 1 Tem Espaço para Melhorias

Como a investigação de Alice Glenn não recebe muito tempo de tela, o Episódio 7 também limita o que a maioria dos outros personagens pode fazer. A cena com Lala e Tish Kwa’la se mostra importante, pois estabelece a base para Tish confrontar Franks sobre sua relutância em parar de perseguir a pessoa que a atacou. Também fica claro que Eddie não se mudou para a casa de Lala, mas isso não é realmente relevante para os espectadores, uma vez que é praticamente esperado depois que Lala admitiu ter traído ele no final de “Incognito.” NCIS: Origins também precisa continuar desenvolvendo os demais personagens no restante da primeira temporada.

Basta olhar para a Temporada 1, Episódio 10, “Blue Bayou”, que é um dos melhores episódios de NCIS de toda a série. Ele desenvolveu a história da fundadora de Gibbs, Ruth (que faz sua aparição inicial aqui, quando Gibbs se muda para seu apartamento) e tinha uma ideia forte sobre a narrativa que queria contar. “Um Estranho no Ninho” tem uma boa história emocional, mas nada mais ao seu redor. Não há um mistério envolvente, nem desenvolvimento de personagens para além de Gibbs ou Franks, e nem mesmo outras cenas que se destaquem para os espectadores. Na verdade, há uma cena que fica estranha no escritório do legista, quando um dos médicos legistas sugere que Lala e Randy Randolf deveriam ter filhos. O estereótipo do personagem excêntrico em uma série policial na TV — geralmente o especialista técnico ou a pessoa da ciência — se tornou incrivelmente cansativo.

As coisas que NCIS: Origins faz, faz muito bem. Mas parece que não tem uma noção clara do tipo de show que quer ser além disso, e acaba dependendo de enredos previsíveis ou não desenvolvendo os enredos o suficiente como resultado. Ainda há muito tempo para a Temporada 1 corrigir o rumo e dar mais impacto ao restante da série, e se conseguir fazer isso, pode conquistar seu próprio espaço na história da franquia NCIS, além de apenas ser uma prequel. Afinal, há muitas histórias sobre Gibbs, Franks e os primeiros dias da NIS para contar.

NCIS: Origins é exibido às segundas-feiras às 22h na CBS.

Via CBR. Veja os últimos artigos sobre Séries.

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Rob Nerd
Rob Nerd

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