NCIS: Origens
“Doente como Nossos Segredos” conta a história de um padre que é baleado e morto durante a confissão. Quando fica claro que ele estava substituindo um colega, Randy e Gibbs são encarregados de proteger o verdadeiro alvo — e tentar fazê-lo revelar o nome do assassino. Mas o episódio trata, na verdade, da culpa do sobrevivente que Randy carrega, e como isso se conecta com seu relacionamento com Gibbs, apenas dois episódios antes que o público veja a extensão total da própria história de Gibbs.
NCIS: Origens Temporada 1, Episódio 10 É a Exibição de Randy
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O maior desafio de NCIS: Origens tem sido desenvolver seus personagens coadjuvantes, para que não seja apenas uma história sobre o jovem Gibbs e seu mentor Mike Franks. Neste ponto da temporada, isso foi feito com variados graus de sucesso. Na maior parte, Bernard “Randy” Randolf tem sido rotulado como o agente certinho que busca agradar e que também pode ser utilizado para trazer um pouco de leveza com seu jeito desajeitado. Mas há muitos solucionadores de crimes igualmente ansiosos e excêntricos na televisão. “Doentes como Nossos Segredos” dá a Randy uma profundidade necessária, tornando-o muito mais intrigante e também proporcionando ao ator que o interpreta uma oportunidade de destaque.
O maior papel de Caleb Foote na TV antes deste show foi como Bennett Hobbes na segunda temporada da comédia negra da HBO Feito para Amar. Ele já havia feito uma participação especial em NCIS: Los Angeles como Sean Reynolds no episódio “Kill Beale: Vol. 1”, mas o público não está acostumado a vê-lo como um herói de ação. No entanto, é exatamente isso que ele é neste episódio, quando Randy ouve algo do lado de fora do quarto de hotel onde ele e Gibbs estão escondidos com sua estrela testemunha, o Padre Bobby. Randy avista o homem armado com uma barra de ferro, o persegue escada abaixo e então os dois se envolvem em uma luta no corredor que é uma das melhores sequências de ação da temporada. Isso parece completamente fora do personagem de Randy — e é isso que torna tudo tão incrível.
Randy Randolf: Acho que vi dois crimes ao entrar do estacionamento.
É legal ter um personagem mais leve em um procedural de TV, mas isso não pode ser tudo o que ele é. “Sick as Our Secrets” é uma imersão profunda no que faz Randy funcionar, e uma oportunidade para os espectadores o apreciarem por diferentes aspectos. O roteiro deixa claro como ele deveria ser o agente protegendo Shannon e Kelly Gibbs no dia em que morreram, e mostra como isso continua a impactá-lo — e, mais importante, não apenas em como isso pode afetar seu relacionamento com seu novo colega de trabalho. Seria fácil restringir o drama à sua dinâmica com Gibbs, mas NCIS: Origins dá a Randy espaço como um indivíduo.
NCIS: Origens Apresenta um Caso da Semana Verdadeiramente Emocionante
O Episódio 10 É Uma Melhoria em Relação a Outros Mistérios
Vários episódios de NCIS: Origens confiaram demais em clichês de dramas criminais e/ou resolveram suas tramas de forma conveniente, muitas vezes com algum tipo de confissão. A Temporada 1, Episódio 7, “Um Pássaro que Passou” é apenas um exemplo. É revigorante que o mistério em “Doente como Nossos Segredos” não seja tão facilmente resolvido. Obviamente, o cerne da trama é a equipe convencendo o Padre Bobby a revelar quem é o assassino. Mas há alguns pontos da trama antes que isso aconteça que o público não verá chegando, como os aparentes “mocinhos maus” sendo apenas ladrões em potencial, ou a menção de Kowalski ter sido capelão do Exército. Esses elementos são a diferença entre este episódio e os mais previsíveis que vieram antes.
Há também um forte componente emocional na trama, que já esteve presente em outros episódios, mas nem sempre foi tão eficaz quanto aqui. A conversa entre Padre Bobby e Randy é, honestamente, tocante, à medida que Randy se abre de uma maneira comovente e Padre Bobby faz um ponto muito válido sobre Randy não esquecer sua própria família. É uma conversa emocional, mas não é piegas nem exagerada. Ela simplesmente existe, e isso faz com que a escolha do programa de ter outra confissão metafórica — Padre Bobby contando a Randy quem atirou em seu colega — funcione desta vez. É o mesmo tipo de resolução, mas é justificada porque agora o público viu o contexto para isso. E, tão importante quanto, eles estão envolvidos no contexto. Eles se importam em chegar a esse momento. NCIS: Origins ainda tem trabalho a fazer em seus casos da semana, mas este é um passo na direção certa.
NCIS: Origens Coloca a Carreira de Lala em Pausa
O principal subplot em “Sick as Our Secrets” não é, curiosamente, o relacionamento de Randy com Gibbs. Outro seriado poderia ter feito os 42 minutos focando apenas nesses dois personagens, com Randy desabafando para Gibbs e depois Gibbs fazendo o mesmo. NCIS: Origins opta por guardar suas cartas para outro dia; em vez disso, Gibbs luta para entregar uma carta à família do Agente Mitchell, o homem que substituiu Randy. Um detalhe interessante sobre este episódio é que Mitchell é tratado como mais do que apenas um nome aleatório para preencher a lacuna. O show o reconhece, assim como sua família. E é importante que tudo isso aconteça agora — porque no Episódio 10, “Blue Bayou”, Gibbs enfrenta seu momento emocional decisivo. Ao encaixar a peça de Randy no quebra-cabeça, tudo está se unindo para que aquele ponto crítico pareça completo.
Onde o público pode apresentar uma reclamação é na história sobre Lala Dominguez buscando uma promoção, e Mike Franks optando por não recomendá-la para isso. Por um lado, é bom ouvir algo sobre Lala que não seja sobre sua vida pessoal, considerando a situação contínua com Eddie que começou no Episódio 6, “Incognito.” Mas, por outro lado, os fãs terão que decidir se concordam com a avaliação de Franks de que Lala é melhor no campo. Alguns espectadores podem achar que Franks prejudicou seriamente a carreira dela. Outros podem acreditar que ele está certo e que ela é uma membro da equipe valiosa demais para ser dispensada. (Ou lembrar que sua promoção poderia significar que a atriz Mariel Molino seria gradualmente retirada do show, o que, obviamente, não pode acontecer.) A decisão de terminar o episódio com o suspense da Vera Strickland entrevistando Bugs também é questionável, pois toda a trama de perfis parece ter sido muito explorada no atual clima da TV. Teria sido mais impactante deixar Randy ter a última cena, já que este episódio realmente pertence a ele.
No geral, no entanto, “Doente como Nossos Segredos” é um dos melhores episódios de NCIS: Origens — tanto por seus próprios méritos quanto pelo que representa no grande esquema da série. É envolvente, mas também toca fundo no coração. E dá a um personagem que parecia subutilizado e pouco desenvolvido a chance de ganhar vida. Este episódio é a prova de que Origens tem potencial além das histórias do jovem Gibbs e Franks, e é isso que a série precisa para se tornar tão bem-sucedida quanto sua antecessora.
NCIS: Origins vai ao ar às segundas-feiras às 22:00 na CBS.
Via CBR. Veja os últimos artigos sobre Séries.