Drama da HBO de 19 anos teve altos e baixos, mas se salvou

Big Love estreou na HBO em 2006 e rapidamente conquistou a crítica. A história de uma família que pratica a poligamia como parte de seus ideais religiosos fundamentalistas, a série examinou dinâmicas familiares, trauma, fé e crença, além de diferentes formas de preconceito. Bill Henrickson, suas três esposas e seus inúmeros filhos cresceram e evoluíram ao longo de cinco temporadas, proporcionando aos fãs um olhar íntimo sobre um estilo de vida incomum e gerando muitos debates sobre os temas e a mensagem da série. O drama complexo foi marcado por uma escrita excelente e atuações fantásticas desde o início, atraindo grandes audiências e até mesmo a atenção de acadêmicos. Apesar de suas inúmeras qualidades, no entanto, Big Love definitivamente enfrentou uma queda no meio de sua exibição.

Drama HBO

Embora tenha começado forte, Big Love começou a se afastar do que o fazia funcionar na quarta temporada. Focando menos no desenvolvimento dos personagens, passou a se inclinar, em vez disso, para tramas mais ridículas. O programa começou a perder apoio devido a essas mudanças, e parecia que poderia terminar de forma negativa. Apesar dessas questões, no entanto, Big Love conseguiu uma recuperação notável até o final da temporada final, encerrando a série com um grande desfecho.

Big Love teve sucesso logo no início ao pegar uma premissa estranha e torná-la relacionável. A série acompanhou a família poligâmica Henrickson enquanto eles tentavam se misturar nos subúrbios de Utah, evitando a suspeita de seus vizinhos, colegas e das autoridades. Esses esforços são complicados pelo fato de que Bill Henrickson é proprietário de um grande e bem-sucedido negócio, o que o torna relativamente conhecido em sua comunidade, e toda a família ocupa três casas, com Bill constantemente se deslocando entre elas. Apesar de tudo isso, Big Love ainda conseguiu entregar pequenas histórias pessoais.

De muitas maneiras, as primeiras temporadas da série se assemelhavam a outros dramas familiares. Bill lutava para ser um bom marido e pai enquanto equilibrava as demandas de seu trabalho. Cada esposa lidava com suas próprias responsabilidades como mãe, ao mesmo tempo em que enfrentava questões de relacionamento separadas, mas compreensíveis, com seus maridos. Barb tentava afirmar sua independência enquanto vivia em uma cultura que enfatizava os papéis de gênero tradicionais. Nicki se via na necessidade de equilibrar sua educação ultra-fundamentalista com a vida em um mundo mais moderno. Margie buscava encontrar seu lugar em uma família grande. Todos esses desafios levaram a dynamics envolventes e em constante evolução entre todos os personagens.

Mesmo com a expansão da história e a introdução de novos personagens, Big Love ainda conseguiu manter o foco na família e suas interações. Quando a série passou a dar mais atenção ao complexo de culto onde Bill e Nicki cresceram, a narrativa enfatizou o trauma que eles vivenciaram, examinando como Bill lutava para reconciliar os dois mundos dos quais fazia parte e como ele justificava sua participação em uma prática associada ao abuso. Quando Bill começou a namorar mais uma mulher e considerou se casar com uma quarta esposa, os episódios tendiam a girar em torno de como suas outras esposas reagiam e se isso as levava a reavaliar suas próprias visões sobre a poligamia.

Big Love, assim como a família que retratava, continuou a crescer, mas as histórias permaneceram pessoais. Essa abordagem rendeu à série diversos prêmios e elogios de críticos e fãs por três anos. Infelizmente, por volta da quarta temporada, o programa começou a sofrer uma queda na qualidade. As tramas se tornaram maiores e menos plausíveis, enquanto o desenvolvimento dos personagens recebeu menos atenção.

Big Love pulou o tubarão no meio da série

A partir da 4ª temporada, os desdobramentos da trama se tornaram mais absurdos e passaram a receber cada vez mais atenção em detrimento do que havia tornado Big Love tão incrível. Ao longo da temporada, Barb começou a administrar um cassino, Margie se tornou uma celebridade menor ao apresentar um programa de compras em casa na TV, Nicki se envolveu na política do local onde cresceu, e Bill lançou uma campanha eleitoral para a legislatura estadual. Cada uma dessas histórias separadas era um pouco implausível por si só, mas, juntas, levaram o programa a quase se tornar uma paródia de si mesmo.

Misturados com as tramas que se estendiam por toda a temporada, havia momentos individuais que também destacavam como o show estava se distanciando de sua essência. Bill viajando para o México e se envolvendo em um impasse com reféns, e a mãe de Nicki, Adaleen, incendiando um prédio e assassinando duas pessoas, exemplificam até onde o programa estava indo em busca de momentos chocantes. Esses desenvolvimentos levaram a 4ª temporada a receber algumas das piores críticas da série e a perder o apoio de muitos fãs.

Alguns críticos argumentaram que um ou dois dos enredos maiores da temporada poderiam ter funcionado, mas questionaram a inclusão de tanto conteúdo de uma só vez. Outros sentiram que todas as histórias principais foram longe demais e não funcionaram por conta própria. Apesar de pequenas diferenças de opinião, no entanto, havia um consenso geral de que Big Love se afastou do que o tornava especial em sua quarta temporada. À medida que a temporada se aproximava do fim, parecia que o programa finalmente havia ficado sem ideias e continuaria a declinar.

Felizmente, isso não aconteceu. Em vez de continuar a deslizar para enredos ruins e personagens caricaturais, Big Love deu uma reviravolta dramática na quinta e última temporada. Essa recuperação ajudou a consolidar o legado da série como um dos melhores dramas da HBO.

Big Love Conseguiu Chegar ao Fim com Estilo

Se a quarta temporada de Big Love foi a pior, a quinta temporada foi, sem dúvida, a melhor. A série voltou a sua essência para a conclusão, trazendo o foco de volta para os Henrickson e suas lutas pessoais. A quinta temporada garantiu a Big Love uma posição entre os dez programas mais bem avaliados de 2011, de acordo com o Metacritic, e seu episódio final, em particular, ainda é lembrado como um dos maiores finais de série da década de 2010. Embora ainda carregasse os problemas da temporada anterior, a série conseguiu se reerguer com grandes histórias que encerraram a jornada de Bill de uma maneira satisfatória, ainda que agridoce.

A quinta temporada deu continuidade à vitória eleitoral de Bill e ao anúncio público de seu estilo de vida poligâmico, abordando as consequências desses acontecimentos marcantes. Bill se tornou um representante não oficial dos poligamistas em Utah e fundou sua própria igreja. A temporada também trouxe um foco maior nos esforços de Barb para afirmar sua independência, uma trama que havia estagnado nas temporadas anteriores, levando-a a desafiar a doutrina estabelecida na igreja mórmon sobre mulheres em papéis de liderança. Ao longo do caminho, Nicki finalmente se libertou de seu passado, comprometendo-se a ajudar outras mulheres a escapar de abusos, e Margie encontrou um propósito maior para si mesma por meio da caridade.

O episódio final, “Quando Homens e Montanhas se Encontram”, trouxe todas essas histórias a um encerramento tocante que deixou os fãs entristecidos, mas esperançosos pelo futuro da família Henrickson. A morte de Bill, embora trágica, parece apropriada do ponto de vista narrativo, encerrando com uma celebração de sua vida e legado. A última cena, com o fantasma de Bill sorrindo para suas esposas, deixa claro que sua família, embora não convencional, foi construída com amor e é seu maior legado.

Big Love sem dúvida teve seus altos e baixos, pulando o tubarão na quarta temporada com uma série de tramas que, em retrospectiva, são constrangedoras. No entanto, graças a uma escrita notável e atuações memoráveis, conseguiu uma reviravolta incrível, redimindo-se aos olhos de críticos e fãs. Graças a essas mudanças, toda a série continua sendo uma que merece ser reassistida, do começo ao fim.

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Rob Nerd
Rob Nerd

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