O Melhor Papel de Salma Hayek em Drama Vencedor do Oscar

Atualmente, Salma Hayek é conhecida por seus papéis em Eternos, Do Dusk Till Dawn e Wild Wild West. A talentosa atriz conquistou elogios por sua versatilidade, embora ainda mantenha fortes laços com suas raízes cômicas. Desde então, ela conquistou muitos fãs merecidos, mas muitos sentiram falta de seu melhor papel. Lá em 2002, Hayek foi escolhida para o papel principal no drama biográfico surrealista de Julie Taymor, Frida, que retrata a vida de Frida Kahlo. Esse papel, com razão, impulsionou a carreira de Hayek para as alturas, e ela tem subido na escada cinematográfica desde então.

Salma Hayek

Então, o que torna o filme tão especial? Assim como muitos filmes de Julie Taymor, a totalidade de Frida é uma obra-prima meticulosa. É mais do que uma simples biografia. É um mundo completamente reconstruído, e seus personagens agem de acordo. Apenas participar de um filme tão “artístico” já é um desafio, mas o tema também deve ser considerado. Afinal, filmes biográficos têm altos padrões. Apesar de sua fama como ícone da cultura pop e de aparecer em todos os tipos de produtos kitsch — de meias e chinelos a bolsas e estojos — Frida Kahlo estava longe de ser a personalidade “ideal”. Ela não conquistou seu status como ícone revolucionário mexicano seguindo as normas sociais. Em termos simples, retratar uma das figuras mais amadas do México é uma tarefa assustadora, e Hayek fez isso com maestria.

Frida de Julie Taymor trouxe um ícone artístico para as telonas

Assim como seu tema, Frida é totalmente sobre arte. O filme cobre toda a vida da artista, e cada “fase” é marcada por uma das pinturas brilhantes e imaginativas de Kahlo. Ao mesmo tempo, Taymor recheia Frida com a mesma imagética vívida das obras da artista. Asas, coroas de flores e folhagens exuberantes permeiam o filme e conectam até os momentos mais díspares.

Narrativamente, Frida é uma reinterpretação fiel da vida de sua protagonista. O filme aborda sua luta na infância contra a poliomielite e as lesões devastadoras de um acidente de bonde no final da adolescência. Para passar o tempo enquanto se recupera, Kahlo começa a pintar. Essa única ação transforma para sempre a trajetória tanto da vida de Frida quanto da história da arte como um todo.

Enquanto algumas biografias limpam agressivamente o passado, Frida abraça cada falha da artista. Não há capangas cantando e dançando, apenas emoção crua. Como sua protagonista, o filme de Julie Taymor queima intensamente e rapidamente. Talvez mais importante, Frida nunca condena ou endossa as ações de seu elenco. Tudo o que acontece é simplesmente uma questão de causa e efeito; nada é “problemático”.

E essa objetividade é essencial em um filme sobre um tema tão polarizador quanto a inimitável Frida Kahlo. Para muitos, ela é um ícone de independência feroz e feminismo. Mas, como Frida demonstra, há muito mais em Kahlo do que sua imagem na cultura pop. Ao longo de sua vida, Frida Kahlo teve relacionamentos extraconjugais tanto com homens quanto com mulheres. Em um momento, após descobrir a mais recente tristeza de Rivera (Alfred Molina), Kahlo seduziu o recém-chegado da casa do casal, Leon Trotsky. Outro ato de vingança envolveu seduzir uma das muitas amantes femininas de Rivera.

Kahlo também foi uma feroz oponente do capitalismo e da cultura ocidental. Uma autoproclamada esquerdista, as palavras de Frida provavelmente seriam rotuladas como propaganda por alguns públicos modernos. Ela adorava sua herança hispânica e detestava o tempo que passou em Nova York, declarando que “os americanos carecem completamente de sensibilidade e bom gosto.” Da mesma forma, apesar de apreciar a vida noturna de Paris, Kahlo criticou sua população como “os mais pretensiosos entediantes do mundo.”

Diferente de muitos filmes, Frida não pode ser definido por um resumo. Explicar sua trama é pouco mais do que escrever uma biografia. A arte do filme reside em sua análise despretensiosa de uma mulher notável. Como em qualquer biografia cinematográfica, o trabalho de Taymor segue a trajetória de sua protagonista. Frida nasce e, eventualmente, morre. O que acontece entre esses dois momentos — e, mais importante, como isso é retratado — é o que realmente importa.

Por que Frida é a melhor performance de Salma Hayek

O filme de Taymor mostra que a verdadeira Frida Kahlo era — como todos nós — uma coleção de ideais misturados e muitas vezes contraditórios. Apesar de seu desdém pela cultura ocidental, Kahlo ainda abraçou elementos das regiões que tanto desprezava. Ela se apaixonou por pessoas de todo o mundo e frequentemente ia contra sua própria necessidade de lealdade para se vingar de Rivera. No entanto, ela ainda se casou novamente com ele antes de sua morte.

Salma Hayek teve que incorporar todas essas características, e ela fez isso com a máxima precisão. Ela enfrentou um dos papéis mais desafiadores do mundo e deu vida a uma artista anteriormente subestimada. Ela também trabalhou sob uma pressão imensa, já que o produtor do filme, Harvey Weinstein, criticava constantemente as atuações do elenco.

Notavelmente, sob o comando ditatorial de Weinstein, o filme precisava agradar tanto ao público mexicano quanto ao americano. Assim, Hayek estava constantemente equilibrando a valorização de Kahlo em seu país natal e a demonstração de seu valor em uma escala global. Afinal, o conceito do filme já existia há anos. Havia uma demanda por um filme biográfico sobre Kahlo, mas essa demanda estava concentrada principalmente na América Latina.

E Salma Hayek ainda se apresentou perfeitamente. Ela incorporou tudo sobre Frida Kahlo, tornando-se essencialmente a artista amada. Sua atuação equilibrava perfeitamente o fogo revolucionário de Kahlo e a necessidade íntima de privacidade e espaço. Ela capturou os maneirismos físicos e as peculiaridades pessoais de Kahlo enquanto demonstrava, de forma sutil, por que esses elementos eram importantes. Grande parte de sua performance foi tanto fisicamente quanto emocionalmente exigente, e Hayek nunca vacilou.

As Conexões de Salma Hayek com Frida Kahlo

A atuação triunfante de Hayek em Frida é um testemunho de seu talento. Ela rouba cada cena do filme e transforma a figura, de outra forma pouco imponente, de Kahlo em uma força de mudança ideológica. Nada sobre o papel de Hayek foi fácil, mas ela torna cada momento tão realista quanto descomplicado.

Vale ressaltar que Frida teve um papel pessoal para muitos de seus atores. Afinal, Frida Kahlo é um ícone cultural mexicano. Lá, seu legado está à altura das retrospectives globais de Pablo Picasso e Salvador Dalí. No entanto, ao contrário desses dois exemplos, a vida de Kahlo é uma força implacável contra as constantes mudanças culturais. Mesmo hoje, Frida Kahlo representa um amor pelas tradições folclóricas mexicanas.

Curiosamente, apesar desses laços culturais, Hayek admitiu que começou com uma leve aversão ao trabalho de Kahlo. (E, para ser justa, a arte de Frida Kahlo pode realmente se enquadrar na categoria de “gosto adquirido”.) Nas suas próprias palavras, as primeiras impressões de Hayek sobre a arte intimamente pessoal de Kahlo a consideraram “feia e grotesca.” No entanto, ela tinha um interesse saudável pela vida da artista, chamando Kahlo de “uma lutadora.”

Esse interesse levou Hayek a procurar exclusivamente Dolores Olmedo Patino, a administradora legal das pinturas de Kahlo, para garantir os direitos sobre o extenso portfólio de Kahlo. Ela também reuniu o elenco principal do filme e solicitou a expertise de Julie Taymor. No fim das contas, Hayek superou contratempos na produção e abusos para trazer a história de Kahlo ao mundo, e essa determinação brilha tão intensamente quanto sua atuação.

O impressionante resultado deve-se às habilidades de atuação e organização de Hayek, ambas esforços monumentais. Considerando o clima da cultura pop atual, pode ser impossível reproduzir os frutos desse ativismo e paixão. Hayek capturou perfeitamente a vida difícil de Kahlo e seus aspectos “problemáticos”. Ela aceitou sem hesitação os momentos mais sórdidos de seu papel. Ela rejeita a abordagem moralista de Oppenheimer e abraça um ponto de vista intimamente pessoal.

Essa perspectiva brilha em sua atuação. É evidente na satisfação maliciosa de Kahlo quando Rivera descobre a infidelidade da esposa e na dor sincera que ela sente ao ter um aborto do filho do casal. A devoção de Hayek ao seu tema confere a Frida sua potência e atração cativante. Ela traz à vida a artista amada do México. Hayek faz com que seja fácil sentir que Frida Kahlo está presente na sala. Ela faz o público querer fazer perguntas, refletir se a verdadeira Frida Kahlo realmente apoiaria seu lugar moderno como uma presença kitsch em meias, bolsas e camisetas (frequentemente supercaras) produzidas em massa.

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Rob Nerd
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