Thriller de 53 anos apresenta o melhor desempenho de Burt Reynolds

No início dos anos 70, Burt Reynolds era um dos homens de ação em ascensão no cinema. Com papéis de destaque em filmes como Fuzz e Skullduggery, Reynolds era charmoso, atlético e raramente era solicitado a mostrar muito além disso. Mas foi apenas em Deliverance que o público e os diretores começaram a ver do que ele era capaz, interpretando um amante da natureza que lentamente perde a esperança na wilderness da Geórgia.

Burt Reynolds

O thriller de John Boorman é uma dura descida ao medo e à violência. O que começa como uma aventura de fim de semana para quatro homens da cidade em busca de conquistar a natureza rapidamente se transforma em uma luta desesperada para escapar dela. Entre o realismo de sua violência, a tensão que nunca cede e os temas inquietantes em seu cerne, Deliverance continua tão impactante hoje quanto há mais de 50 anos.

O Destino é um dos Thrillers Mais Perturbadores de Todos os Tempos

Ninguém poderia esperar o que Despertar da Morte mostraria. Considerado um dos thrillers mais perturbadores de todos os tempos, o filme acompanha quatro homens – Lewis Medlock (Burt Reynolds), Ed Gentry (Jon Voight), Bobby Tripe (Ned Beatty) e Drew Ballinger (Ronny Cox) – em uma viagem de canoa pelo rio Cahulawassee na Geórgia. Mas no segundo dia no rio, Ed e Bobby se aventuram sozinhos e acabam se separando do grupo. Perdidos, eles encostam na margem do rio onde encontram dois homens da montanha vagando pela selva.

Desaparecido foi adaptado do romance homônimo de James Dickey, publicado em 1970, com Dickey também escrevendo o roteiro para o filme.

O que se segue é uma série de eventos tortuosos enquanto o grupo tenta escapar da selva e dos locais que a protegem. Eles são levados ao limite, experimentando tanto sofrimento físico quanto psicológico enquanto lutam para sobreviver e encontrar o caminho de volta à civilização. O que começou como uma aventura rapidamente se transforma em um pesadelo aterrorizante, sem garantias de sobrevivência.

A Transição de Burt Reynolds da Comédia para o Thriller é uma de Suas Melhores Performances

Antes de O Destino da Morte, Burt Reynolds era predominantemente conhecido por papéis mais cômicos e de aventura, com filmes como Fuzz, Shark!, e Skullduggery. No entanto, em O Destino da Morte, Reynolds tomou um rumo um pouco diferente como um amante da natureza que gradualmente perde a esperança.

Nesse ponto, Reynolds já estava começando a se destacar, tendo estrelado vários filmes para TV, mas foi Deliverance que alavancou sua carreira para novos patamares. A maioria de seus papéis anteriores e posteriores – geralmente como policiais, cowboys e atletas – exigia um certo grau de fisicalidade. E embora Lewis exigisse alguma fisicalidade, dada sua experiência como amante da natureza, o papel demandava principalmente uma vulnerabilidade que Reynolds não havia sido solicitado a explorar antes.

Burt Reynolds estrelou em O Fugitivo em vez de O Poderoso Chefão (1972), para o qual ele estava originalmente sendo considerado para o papel de Michael Corleone.

Conforme a história avança, seu personagem é forçado a situações onde sua força não é suficiente para mantê-lo no controle, e sua autoconfiança começa a rachar sob a pressão. Ao contrário dos heróis autoconfiantes pelos quais Reynolds era conhecido, a transformação de Lewis ao longo do filme revela uma incerteza que nunca havia sido o foco de seu trabalho anterior.

Isso abriu portas para papéis diferentes mais tarde em sua carreira. Ele não era mais o herói genérico, mas um ator capaz de trazer profundidade a um papel que exigia isso. Isso levou às suas atuações em filmes como Boogie Nights e The End, onde interpretou personagens igualmente fortes, mas que precisavam lidar com suas limitações. Foi uma performance marcante e um ponto de virada crucial em sua carreira, mudando de uma persona de durão para alguém que podia mostrar vulnerabilidade.

O Clamor da Floresta Continua Relevante Hoje

Mesmo mais de 50 anos depois, À Beira do Abismo ainda é um dos maiores e mais perturbadores filmes de todos os tempos, desafiando o público a confrontar verdades desconfortáveis sobre sobrevivência e a natureza humana. Desde a icônica cena do banjo, que, apesar de parecer inofensiva, prepara o cenário para os horrores que estão por vir, até a infame e perturbadora cena do grito de porco, À Beira do Abismo oferece momentos suficientes para fazer qualquer espectador se contorcer na cadeira. Ou, como muitos fizeram na exibição inicial, simplesmente sair do cinema.

A infame cena do duelo de banjos foi, na verdade, improvisada.

Outra razão pela qual o filme resiste ao teste do tempo é seu ritmo. O roteiro de James Dickey, adaptado de seu próprio romance, não perde tempo para chegar ao cerne da história. Os personagens são jogados na selva quase imediatamente, e assim que encontram os homens da montanha, o filme se transforma em um verdadeiro thriller de sobrevivência. O diretor John Boorman mantém a história em movimento, com rápidas transições entre as cenas para mostrar a passagem do tempo, nunca permitindo que a tensão diminua.

Após o horrível tormento dos homens da montanha, os conflitos continuam a se intensificar. A selva se torna ainda mais traiçoeira, e os homens se veem cada vez mais isolados, perseguidos e testados de maneiras que nunca imaginaram. O rio se torna mais perigoso, um homem é morto, e os sobreviventes devem lidar com as consequências de suas ações, sabendo que estão em uma situação mais profunda do que conseguem suportar. O filme nunca permite que o público relaxe, o que cria uma atmosfera quase sufocante que torna impossível desviar o olhar, mesmo enquanto empurra os personagens – e os espectadores – até seus limites.

Até mesmo o clímax do filme, o momento mais pacífico da trama, não alivia a tensão. Enquanto os homens retornam à civilização, o peso emocional e psicológico de sua jornada está longe de acabar. A cena final, onde Ed é atormentado por um pesadelo de uma mão morta emergindo do lago, destaca o impacto duradouro do sofrimento. Dessa forma, À Espera de um Milagre não oferece o fechamento que muitos filmes de sobrevivência costumam proporcionar. Em vez disso, deixa os personagens com uma inquietante sensação de trauma não resolvido. À Espera de um Milagre permanece um clássico porque nunca permite que o público esqueça que o verdadeiro horror da sobrevivência é o dano duradouro infligido à mente e à alma. Nesse sentido, À Espera de um Milagre é tão perturbador, provocador de reflexões e impactante hoje quanto era quando estreou nos cinemas.

Além disso, Deliverance traz um subtexto que ressoa ainda mais nos dias de hoje. Quando os personagens discutem sua jornada pelo rio Cahulawassee no início, eles refletem sobre a natureza em extinção e a ameaça iminente da represa do rio. Em um mundo onde as questões ambientais continuam a dominar a conversa global, o foco do filme na destruição da natureza parece mais relevante do que nunca. O que antes era uma preocupação mais localizada agora se transformou em uma crise global, e Deliverance destaca a fragilidade da natureza selvagem em um momento em que o movimento ambiental estava apenas começando a ganhar força.

Poucos filmes dos anos 1970 perduraram como Deliverance. Sua abordagem sobre sobrevivência, violência e a fragilidade da civilização ainda impacta profundamente hoje, recusando-se a deixar o público desviar o olhar. E no centro de tudo isso está Burt Reynolds, entregando uma performance que provou que ele era mais do que apenas um carismático astro de ação. Mais de 50 anos depois, Deliverance continua sendo um dos thrillers mais perturbadores já feitos. Seu impacto permanece, não apenas em suas cenas, mas na forma como explora os limites da persistência e o custo da sobrevivência. Para Reynolds, foi um ponto de virada, um papel que mostrou do que ele era capaz. E para o público, Deliverance ainda é uma experiência impossível de esquecer.

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Rob Nerd
Rob Nerd

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